Há quem ache estranho o meu hábito de depois de espirrar, dizer sempre "obrigado", mesmo quando não há ninguém por perto, quando me perguntam o porquê de peculiar acto, eu respondo, "nunca se sabe quem pode estar por aí, mesmo que não vejamos".
...Nem sempre as coisas correm como sonhamos na infância, quando penso naquilo que queria ter e fazer com a idade que tenho, vejo que as coisas estão bem longe daquilo que desejava, e isso faz-me reflectir sobre as escolhas que fiz na vida, se terão realmente sido as melhores...mas valha-nos o humor para driblar esses momentos .
Vi há poucos dias, fotos do lixo, que um grupo de pessoas que faz limpezas pelas praias recolheu, eram fotos de lixo de plástico dos anos 80, (quase na maioria de iogurtes) as embalagens estavam ainda bastante conservadas, pareciam quase recentes. Claro que na escola, aprendemos que o plástico demora séculos a decompor, mas outra coisa, é realmente ver com os próprios olhos de como o plástico permaneceu quase inalterado por tanto tempo.
Imaginem então a quantidade de plástico que ainda andará por aí? E os animais que consomem esse plástico a pensar que é comida? Há uns tempos, descobriram que o estômago de uma beleia morta que deu à costa, estava cheia de plástico, ela morreu praticamente desnutrida apesar de ter o estômago cheio.
Este ano não há ida para a praia por motivos de "covides", mas uma imagem que me recordo de forma recorrente de quando ía à praia, é da minha mãe no areal, próxima à água, a gritar para eu não nadar para muito longe, é uma situação bastante cómica e ligeiramente desconfortável ao mesmo tempo, porque me faz sentir que tenho 5 anos novamente. A minha mãe também é daquelas que sempre diz para eu levar um casaquinho para todo o lado, mesmo no pico do calor, "não vá ficar fresco de repente", como ela costuma dizer.
Durante muito tempo, eu tinha verdadeiro pavor de entrar num carro para conduzir, foi algo que começou na época em que ainda estava a tirar a carta e durou praticamente 10 anos e passou (mais ou menos), porque não tinha outra hipótese, para me deslocar para o trabalho ou arranjava carro ou gastava as pés (quase 40 km diários), porque transportes públicos...basicamente é rir para não chorar da fraca rede de transportes que no máximo vai só até as 8 horas da noite. Quem é pobre, mais pobre fica, porque tem de morar longe do trabalho e ainda arranjar tranporte próprio, mas enfim, voltando ao assunto, é até engraçado, lembrar as minhas tristes figuras, pois eu praticamente fugia do carro, quase como se ele me fosse devorar, chegava até a mudar de trajecto só para não me cruzar com o carro, sim eu comprei um carro, mas durante uns meses mal conseguia sentar lá dentro.